Seis verdades sobre a hanseníase

Juliana

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“A informação é essencial para atingir o diagnóstico e o tratamento precoces da hanseníase. Além disso, esclarecer as pessoas é uma das melhores iniciativas para o trabalho de prevenção”. A afirmação é da dermatologista Dra. Darleny Costa Daher, da Clínica Costa Daher, no Distrito Federal. Ela entende que é preciso apresentar de forma clara às pessoas as causas, os sintomas, formas de transmissão e o tratamento adotado. Por isso, a especialista separou 5 verdades que você precisa saber sobre a patologia.

Verdade 1. No topo do ranking: acredite. O Brasil é o segundo país com a maior incidência de hanseníase, com uma média de 30 mil casos novos, anualmente. Em primeiro lugar, está a Índia. De acordo com o Ministério da Saúde, em 2014, o nosso país registrou 24.612 novas ocorrências. Os estados do Mato Grosso, Maranhão, Pará, Tocantins, Goiás e Pernambuco lideram a lista.

Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) revelam que Índia, Brasil e Indonésia reúnem 81% dos registros, em todo o mundo. Já o levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que dos 213 mil diagnósticos novos, em 2014, 94% ocorreram em 13 nações, sendo que uma delas é o Brasil.

Trata-se de uma doença presente em países considerados tropicais, principalmente os da Ásia.

Verdade 2. A Hanseníase é antiga: acredita-se que os primeiros relatos apareceram antes de Cristo. A doença é popularmente conhecida como lepra, do grego Lepros, que significa descamação, ainda que essa não seja uma característica sua. Ela recebeu o nome de Mal de Hansen porque, em 1873, o cientista norueguês Gehard Amauer Hansen teria descoberto, em Bergen, na Noruega, a bactéria Mycobacterium leprae, que provoca a doença. Daí a explicação para o nome, uma espécie de homenagem ao profissional.

O bacilo demora a se multiplicar e tem preferência por ambientes lotados e lugares com condições precárias de higiene. A doença é considerada infectocontagiosa, e a transmissão ocorre de uma pessoa para outra, da seguinte forma como você pode ver nas ilustrações:

  1. a) Eliminação de germes: pelas vias respiratórias ao tossir, espirrar, por meio das secreções nasais e das gotículas de saliva. Principal via de transmissão.

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  1. b) Contato da pele com a lesão do paciente: vale ressaltar que essa maneira de passar a doença exige um contato íntimo e prolongado. 

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Verdade 3. Pequenos sinais podem ser um grave problema: o que parece uma bobagem ou algo que não requer cuidado pode ser sinal dessa patologia séria e grave. O paciente, em geral, apresenta manchas e lesões que podem ser brancas, avermelhadas ou até amarronzadas. Elas aparecem, principalmente, na face, orelhas, nádegas, braços, pernas e costas.

A hanseníase afeta não apenas a pele, mas também os nervos periféricos, principalmente dos olhos, mãos e pés. Por isso, há uma perda de sensibilidade na área atingida. Na prática, a pessoa deixa de reconhecer sensações de quente e frio, fenômeno conhecido como hipoestesia ou anestesia. Inclusive, esse é o sintoma que mais caracteriza e não deixa dúvidas de que se trata da doença.

Há quem reclame ainda de queda de pelos e ausência de suor na região acometida pela mancha ou lesão, perda de força e formigamento (mãos e pés).

O tempo de incubação varia de 2 a 10 anos.

Verdade 4. É grave, mas tem cura: a doença é crônica, mas tem solução. Em geral, o primeiro passo do especialista é conversar com o paciente, que expõe os sintomas apresentados. Ele faz também um exame dermatológico. Há situações nas quais é necessária a realização de baciloscopia nos lóbulos das orelhas e nos cotovelos e nas lesões, quando elas existirem. Tudo isso permite um diagnóstico preciso.

Quando estiver certo do resultado, ele prescreve os antibióticos. O tratamento é longo, pode durar meses. O tempo exato não é possível definir, visto que vai depender do nível de avanço da hanseníase. Importantíssimo ressaltar que o paciente deve ser disciplinado e determinado a cumprir com as orientações médicas para se curar, o quanto antes.

É necessário deixar claro que durante o tratamento o paciente pode continuar normalmente com as atividades diárias, como o trabalho. Uma boa notícia é que pouco tempo depois de começar a medicação, ele deixa de transmitir a doença.

São considerados contactantes os indivíduos que moram ou moraram com o doente nos últimos 5 anos. Esses deverão ser investigados. Aqueles que não tiveram o diagnóstico de hanseníase deverão receber informações sobre a doença e ficar atentos ao surgimento de lesões cutâneas. Se houver a presença destas, procurar a unidade de saúde.

Os contatos domiciliares também deverão receber duas doses da vacina BCG.


Verdade 5. Peça ajuda o quanto antes: a qualquer sinal diferente é fundamental procurar o dermatologista. O diagnóstico e o começo do tratamento, ainda com a doença nos estágios iniciais, podem evitar maiores danos. Você sabia que a hanseníase pode causar deformidades físicas? Pois aprenda que o perigo existe e é uma realidade que precisa ser modificada por meio da redução de ocorrências.

Para isso, no ano passado, a Organização Mundial da Saúde estabeleceu que quer extinguir a doença até 2020 e determinou que os países envolvidos reforcem as ações voltadas a controlar a transmissão. Para a OMS, hoje, os principais desafios são encurtar o tempo para o diagnóstico e dar um fim à discriminação.

Verdade 6. Mais do que um problema clínico: para entender essa afirmação, saiba de alguns fatos do passado:

– na Idade Média, quem tinha a doença carregava um sino. O barulho desse objeto era um aviso, fazia com que as outras pessoas se afastassem daquela que representava um perigo;

– na década de 60, no Brasil, os portadores da doença eram obrigatoriamente internados, visto que não havia tratamento. Essa era a forma de controlar a transmissão.

Os tempos passaram, mas o estigma continua. Um aspecto a ser comentado é que as vítimas não são apenas os pacientes, mas também os familiares.

“Muita gente tem medo de ouvir esse diagnóstico em virtude do preconceito que possa sofrer no trabalho, na comunidade onde mora e até mesmo na família. Isso precisa mudar. A hanseníase tem solução e não pode ser vista como um problema irreversível. É preciso ter consciência da gravidade, mas de forma alguma isolar os pacientes por considerá-los um risco à humanidade, como ocorria no passado. Esteja atento. Se houver qualquer suspeita da doença, por conta de uma mancha diferente no corpo, procure o dermatologista. Ele dirá de forma segura se é ou não. Se confirmada essa dúvida, ele iniciará o tratamento o quanto antes para que o resultado seja o melhor possível”, alerta a Dra. Darleny Costa Daher.

Saiba mais sobre a Dra. Darleny Costa Daher

Formou-se na Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP), em 2006. Fez estágio opcional supervisionado no Instituto de Dermatologia Prof. Rubem David Azulay da Santa da Misericórdia do Rio de Janeiro/RJ (2006).

Fez Residência Médica em Dermatologia, de 2008 a 2011, no Hospital Federal dos Servidores do Rio de Janeiro.

O estágio supervisionado ocorreu no Ambulatório Souza Araújo, Laboratório de Hanseníase – IOC/FIOCRUZ (2010) e no Ambulatório de Esporotricose do Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas/FIOCRUZ (2010).

Em 2011, adquiriu o título de Especialista em Dermatologia pela Associação Médica Brasileira e Sociedade Brasileira de Dermatologia.

A Dra. Darleny Costa Daher é, atualmente, médica dermatologista da Clínica Costa Daher.

Saiba mais sobre a Clínica Costa Daher

A Clínica Costa Daher, de propriedade da dermatologista Dra. Darleny Costa Daher, e do cirurgião plástico Dr. César Daher, oferece atendimentos clínico e cirúrgico, além de procedimentos estéticos. O prédio fica na Asa Sul (L2 Sul, quadra 610/611), área nobre da capital do país. São 100m2 distribuídos entre recepção, consultórios, sala de procedimentos e administração.

Na Dermatologia Estética: Laser, Peelings Químicos, Preenchimento, Toxina Botulínica Tipo A, Sculptra. Na Dermatologia Cirúrgica: Biópsia, Cauterização Química, Curetagem e Eletrocauterização e Excisão Cirúrgica.

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